Conhecidos também como Candangos, em 1957 chegaram ao local os primeiros
trabalhadores da futura capital, Brasília. De diferentes origens sem muito conforto e
garantia, dispuseram-se a trabalhar para a Companhia Urbanizadora da Nova Capital
(Novacap).
Os 256 primeiros migrantes, em sua maioria do Norte e do Nordeste do país, saíram de sua
terra natal com poucos recursos e muitos sonhos. Lotaram a carroceria de caminhões para
embarcar em uma viagem de 45 dias em estradas precárias de terra vermelha até o local
demarcado, onde só havia mato e muita poeira.
Começaram então um cotidiano de muito trabalho, numa jornada de 14, 15, e até 16 horas
por dia em alguns casos. Nos anos subsequentes não parou de chegar novos trabalhadores
querendo participar da construção da nova capital do País. Com a população cada vez
maior – que até então se amontoavam em barracões improvisados – cresceu a necessidade
de comércio e serviços, como cortar cabelo, lugar para comer, um comércio para abastecer
a despensa da casa e melhorar a estrutura do local onde moravam.
Nascia assim a Cidade Livre. O governo passou a conceder benefícios para os novos
comerciantes e empresários, a fim de atender a demanda dos novos cidadãos, liberando-os
de obrigações como alvará, pagamento de tributos e limitação de horário para
funcionamento.
Largas Avenidas foram abertas e algumas ruas transversais, que inicialmente abrigaram
500 casas na região da chamada Candangolândia, no final de 1956. A Cidade Livre cresceu
em uma velocidade acelerada, tornou-se uma Cidade-satélite: O Núcleo Bandeirante. O
local recebeu esse nome depois que o presidente Juscelino Kubitschek viu diversos
operários chegando à região trajando calça de brim e os chamou de “bandeirantes
modernos”.
Para incentivar o comércio, a Novacap criou o evento chamado: “o dia de compras”. Um
ônibus da companhia passava de casa em casa buscando as mulheres dos funcionários
para levá-las às compras no supermercado da Cidade Livre, toda quinta-feira.
Assim começou a história dos pioneiros de Brasília, a quinta concentração urbana mais
populosa do Brasil, formada inicialmente, em sua maioria, por trabalhadores que
literalmente deram seu suor pela cidade.
